terça-feira, 14 de junho de 2011

Séculos XVIII e XIX

OS SÉCULOS XVIII E XIX


Na abordagem destes séculos foi igualmente feita uma análise conjunta dos mesmos.
São principalmente abordadas as duas revoluções que marcaram a evolução da moda nestes séculos – Revolução Industrial e Revolução Francesa – sendo enumeradas as principais consequências e impactos observados.
Por fim é também referida a Época Contemporânea que se caracteriza pela evolução da indústria e também pelo seu auge de prosperidade e estes são os principais aspectos tratados nestes séculos.

1.  Revolução Industrial

A Revolução Industrial iniciou-se em meados do século XVIII na Inglaterra e expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.
Consistiu num conjunto de mudanças tecnológicas com um profundo impacto no processo produtivo a nível económico e social e desenvolveu-se, em grande parte, devido à investigação e aos progressos científicos, como também devido à descoberta e utilização de novas fontes de energia que permitiram o surgimento de máquinas a vapor e de transportes.
Esta revolução teve consequências significativas em relação à evolução da moda. Alterou completamente a maneira de viver das populações dos países industrializados pois a produção passou a ser manufacturada, substituindo a artesanal que predominava antes desta revolução. Com esta mudança as populações passaram a ter um acesso mais directo às novas industrializações, procurando emprego nos centros da cidade e ocupando lugares de trabalho em troca de salário, principalmente nas fábricas. Surgiram novas máquinas, novos produtos e as pessoas começaram a ter novos e diferentes interesses e gostos. Apareceram também novos estilos, ou seja, novas modas que influenciaram bastantes populações.

2.    Revolução Francesa

A Revolução Francesa é conhecida como o conjunto de acontecimentos que ocorreram entre 5 de Maio de 1789 e 9 de Novembro de 1799 e que alteraram o quadro político e social da França. Está entre as maiores revoluções da história da humanidade e é considerada como acontecimento que deu início à Época contemporânea.

Consequências que a Revolução Francesa teve na moda
Os novos princípios e ideias da Revolução francesa, sob o lema “Liberté, Egalité, Fraternité”, também influenciaram decisivamente a moda, sobretudo porque a forma de vestir das classes nobres antes da Revolução tinha chegado a um exagero ridículo.
No regime anterior as classes sociais eram bem diferenciadas e cada uma tinha também modas bem caracterizadas. O traje social obrigatório das classes altas era muito elaborado, dando um tom aristocrático à moda e forçando às “maneiras finas”.
Após a Revolução, o modo de vestir evolui para a simplicidade e igualdade entre classes, como se pode ver pelos seguintes exemplos:

•   Antes da Revolução os nobres usavam “culottes” de cavalgar, até aos joelhos, enquanto os homens do povo usavam calças compridas (“pantalons”) como as que se usam hoje. Nas vésperas da Revolução, alguns nobres, motivados pelos valores da igualdade e simplicidade, deixaram de usar “culottes”. Esta tendência cresceu tanto que o uso de “culottes” passou a ser símbolo de ideias aristocráticas e contra-revolucionárias, enquanto os “pantalons” se transformaram em símbolo de mentalidade revolucionária e igualitária. Daí a denominação de ‘sans-culottes’ dada aos revolucionários.

•   Antes da Revolução, o traje para os homens nobres incluía, além dos “culottes”, meias de seda, sapatos com fivelas, cabelos empoados, espadas e tricórnio sob o braço, enquanto que, depois da Revolução, começaram a usar chapéus redondos, coletes, e deixaram de usar perucas empoadas. A espada, símbolo por excelência da nobreza, deixou de ser usada, sendo substituída pelo guarda-chuva.

•   As mulheres nobres, antes da Revolução, usavam grandes decotes, penteados altíssimos e complicados, saias rodadas imensas, e caudas majestosas, enquanto que, depois da Revolução, deixaram de usar saltos altos e adoptaram o "pierrot", um novo tipo de saia, mais simples e que simbolizava uma forma de protesto contra as antigas saias rodadas e as grandes caudas.

•   Até à Revolução, o traje infantil revelava a condição social de uma família, enquanto que, depois da Revolução, as crianças passaram a usar o cabelo rapado, como marinheiros ingleses, chapéus redondos, casacos curtos e “pantalons” de tecido grosseiro, tendo sido, ao princípio, ridicularizados e depois imitados.

3.  Época Contemporânea

A época contemporânea iniciou-se no século XVIII, em 1789, com a revolução francesa e é uma época que se caracterizou pela grande evolução da indústria, ou seja, pela Revolução Industrial, e também pelo seu auge de prosperidade.
Com a Revolução Industrial as pessoas que não tinham muitas possibilidades económicas passaram a fabricar as suas próprias roupas em casa pois foi nesta época que muitos artesãos, por fabricarem roupas à mão, faliram.
Apenas as pessoas com mais recursos passaram a poder ter acesso às roupas maquino facturadas, havendo desta maneira uma maior diferenciação entre as “ordens” existentes na época, que passaram a designar-se classes sociais.
  No século XIX verificam-se várias inovações e modificações na maneira de vestir, quer dos homens, quer das mulheres:

•   Os homens começaram a vestir calções com uma faixa de seda, jaquetas, coletes curtos e gravatas compridas.

•   Os sapatos eram de ponta estreita.

•   Em 1840 o fraque (espécie de casaca comprida e rodada) era justo e os saios (peça de armadura, responsável pela protecção das pernas) estreitos.

•   Em 1830 as saias tornaram-se mais curtas e utilizavam-se camisas ou túnicas com mangas largas e em balão.

•   Os penteados eram geralmente tranças compridas e também se utilizavam redes no cabelo.

•   Os sapatos eram abertos com fitas cruzadas.

Apesar da grande mudança neste século, as pessoas continuaram adeptas das roupas tradicionais, não só pela falta de recursos financeiros mas também pela inadaptação aos novos estilos. A grande mudança nas suas mentalidades veio a ser concretizada apenas no século XX.

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